domingo, 13 de setembro de 2009

Crescendo

Há algum tempo, num dia muito ruim, ela chorou. Chorou como se não houvesse amanhã, como se as lágrimas fossem eternas, como se o mundo se resumisse a isso. Chorou como se as lágrimas fossem lavar sua alma, como se, com elas, se fossem todos os problemas que vinham se acumulando. Dizem que, quando se aguenta calada muitas coisas ruins, o copo acaba transbordando, e nesse dia, seu copo definitivamente transbordou. E com isso, transbordaram as lágrimas em seus olhos, como já foi deixado bem claro.

Ao fim de todo aquele choro, esperava que seus problemas, se não se resolvessem, ao menos se tornassem um pouco mais suportáveis. Que alguma força mística, a conjunção dos astros ou qualquer outra coisa na qual nunca havia acreditado a ajudasse a lidar com eles. E então... nada aconteceu. Nenhuma ajuda, nenhum sinal indicando o caminho certo, nadinha. Nesse momento, deu-se conta de que teria que resolver seus problemas sozinha e ninguém iria ajudá-la. Deu-se conta de que havia crescido.

[pauta para a revista: quando percebi que não era mais criança]

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