segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Alice.

Era uma vez uma garota. Claro, uma garota, é sempre assim com as garotas. Enfim, era uma vez. E ela era alegre, e besta, e mimada. E mudava de gosto como quem mudava de roupa. Mas cada gosto diferente, uma paixão irrefreável à parte. Desde um sabor novo de chiclete, passando por uma melodia que achou bonita, até um autor que viu na escola, tudo era motivo para um vício imenso. Intenso.
Até que um dia, um dia como outro qualquer, ela gostou tanto de uma de suas obsessões, que não a trocou por nada. Era só aquela. Afinal, ela era como um espelho de suas outras manias. Tudo de que gostava estava lá, reunido em um pacote de um alegre colorido.
Como que uma maldição, o alegre pacote colorido se desfez, e todas as suas manias - que tanto amava! - se foram ao chão. "E agora?", ela pensou. Eram tantas coisas que teria que retomar, tantas manias que deveria se lembrar, por só eram vividas em torno da antiga obsessão.
E foi a hora de conhecer uma nova mania: recolher os cacos daquelas outras, remontá-las, e arrumar um pacote próprio para elas. Um pacote cheio de cores, formas e padrões diferentes. Seu. Assim, não corre mais o risco de que tudo se espatife no chão novamente.
E foi o que fez.

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