segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Meus bons irmãos.

Eu tive muitos irmãos. Muitos mesmo. Coisa de dez, quinze pequenas criaturas. A gente bricava de um tudo: pique-pega, esconde esconde, trilhas perigosíssimas pela sala de televisão, Barbie (sim, meus irãos gostavam de bonecas), escola, casinha, desenhávamos juntos, enfim, de tudo o que uma criança saudável gosta de brincar. Mas eles só apareciam quando eu os chamava. Quando alguém chegava, rapidamente saíam de vista. Seus nomes variavam de acordo com o tom da brincadeira - ou não variavam, eram tantos que eu posso simplesmente tê-los confundido! As nossas brincadeiras nunca acabavam em briga, eles sempre se entendiam comigo. Era uma harmonia total. Com o tempo, fui ficando mais velha. E, com o tempo, eles foram parando de aparecer para brincar comigo. Cada vez menos pessoas na roda. Até que um dia, sumiram todas. Nem uma palavra sequer de despedida. Nesse dia, a certeza: eu havia crescido, deixado a criança filha única para trás, e, com ela, a fantasia de uma multidão de pequenos seres que moravam e brincavam comigo na hora que quisesse.

[pauta para o site: papo entre irmãos.]

4 comentários:

Gabriela Costa disse...

todo mundo tem esses irmãos, haha adorei o texto :D

Anônimo disse...

Oi, estou fazendo um concurso lá no blog: http://laune.wordpress.com/ e gostaria que tu aprticipasse, se não quizer, ao menos da uma ajudinha com uma divulgada tá? obg :*

Sofia disse...

Adoreei o seu blog e seus textos. Parabéns!

Ps. Já te botei no favoritos *-*
beijos,
Sofia
(http://pirulito-no-palito.blogspot.com)

Jessica disse...

Que xuxu esse texto amiga =)
Também tinha muitos desses irmãos e irmãs. Fui filha única por um bom tempo também. Minha irmã nasceu quando eu já tinha 6 anos, então nem deu tempo dela brincar muito comigo.