domingo, 6 de julho de 2008

Amo, odeio. Não é tudo a mesma coisa?

Eu odeio pessoas.
Eu amo pessoas.
Amo quem me deixa curiosa.
Odeio não poder dizer tudo o que eu queria dizer.
Odeio dizer mais do que eu gostaria de dizer.
Amo abraços, principalmente os apertados.
Amo entrar na vida das pessoas.
Amo saber segredos de pessoas que mal me conhecem.
Odeio falar e não ser ouvida.
Odeio falar para não ser ouvida e ser ouvida.
Amo aquele friozinho na barriga.
Amo pessoas que lutam pelo que querem.
Amo boa educação.
Amo desequilíbrio.
Odeio não poder contar o maldito segredo.
Odeio perceber que o que eu mais queria é que alguém percebesse esse segredo e me ajudasse.
Odeio ter medo de acreditar nas pessoas.
Odeio acreditar e perceber que tudo seria muito, muito mais simples se eu não tivesse acreditado.
Amo meus dias otimistas.
Amo jogos.
Amo ouvir música.
Amo ficar sem fôlego.
Amo ficar rouca.
Amo o cheiro de livros velhos.
Amo reencontros.
Odeio conversas sérias.
Odeio me decepcionar com muito pouco.
Amo meus ímpetos de coragem.
Odeio que o medo de decepcionar contagie a minha coragem.
Odeio que o medo de que tudo acaba contagie a minha coragem.
Odeio ler mais do que as pessoas dizem em suas falas.
Amo meu segredo.
Amo não ter que decidir.
Odeio não perceber que provocações são apenas provocações.
Amo finais de livros.
Odeio perder o controle do que acontece comigo.
Odeio não conseguir distinguir a brincadeira da verdade.
Amo cores muito vivas, intensas.
Amo preto e branco.
Amo ver filmes com quem eu gosto.
Amo declarações inesperadas.
Odeio dizer que odeio tantas coisas.
Amo coisas simples.
Amo coisas impulsivas.
Amo.

Nenhum comentário: